sexta-feira, 26 de junho de 2009

Tunas de Veteranos e/ou Quarentunas



Volto a falar, neste blogue, de Veterania Tunante e Cuarentunas, dado que se me oferecem algumas dúvidas ou questões (pelo menos no plano retórico), as quais sucitam alguns considerandos que gostava de partilhar.
Sabemos que esta tipologia tunante se aplica a um conjunto de pessoas que já foram tunos e que, num modelo muito próprio, regressam às lides tunantes já numa versão "sénior", ou sejam, antigos tunos que, agora, chegam ao patamar de Quarentunos.
A meu ver, e seguindo aquilo que é a origem destes grupos, ou transitam directamente porque a idade também o permite ou existe um hiato entre a militância activa na tuna de origem e, depois, se ingressa num projecto "sénior". mas, uma vez mais, parece-me que o factor idade tem necessariamente de ser o crivo mínimo.

Não entendo, pro isso, como é que temos jovens que nem 30 anos de idade terão e são já "veteranos". Tuna de Veteranos com gente tão nova parece-me um paradoxo. 
Nem sei se um jovem de 35 anos tem pinta de veterano, tendo em conta que nas nossas tunas os integrantes costumam prolongar-se nelas para além do final dos estudos e muitos são so que encontramos na casa dos trinta.


Claro está que, se atentarmos ao exemplo castelhano, realizamos que uma grande parte dos cuarentunos estão bem acima dos 40, sendo que os quarentões acabam por ser, no fundo, os novatos das Cuarentunas. Aí reside, também, o cariz "castiço" (passo a expressão) desta tipologia tunante, pois a graça desses grupos está em ver tunos "velhotes" cheios de juventude, ao contrário do ridículo que é ver-se jovens armados em velhotes!

A nossa comunidade tunante ainda estará demasiado "verde" para perceber algo que, do lado de lá da fronteira, fruto de uma maturidade inquestionável, já reconheceram e tipificaram: que há um limite para ser-se tuno "activo" e que, a partir de uma certa idade (que, casuisticamente, implica um conjunto de limitações de variada ordem: filhos/netos, responsabilidades profissionais, tempo limitado, saúde, etc.) a forma de viver a condição de Tuno deve adequar-se em conformidade. Como diz o meu colega das Aventuras na Tunolândia, "Certo é que em Portugal o fenómeno da Quarentuna só agora começa a dar os seus primeiros passos (...) Também neste apartado, mais quintal menos arroba, estamos "atrasados" face aos nuestros hermanos, ou melhor dito, estamos na continuidade da evolução.", com a diferença que caracteriza a nossa comunidade e nosso Zé povo tunante: nunca copiamos de forma fidedigna o que está bem, porque temos a mania de "inventar", nisso, nem a idade parece remediar o que já parece genético.