sábado, 3 de dezembro de 2016

O Alfabeto das Tunas

Decorrente da conferência do II TUNx, organizado pela TAFDUP, volto a pegar no assunto dos instrumentos de tuna.
Sabemos que a Tuna é uma tipologia musical que se distingue pelo tipo de instrumentos que utiliza, e que a distingue de outros.
A definição de Tuna contempla, portanto, a noção de ser um grupo de plectro (cordas friccionadas e plectradas), juntamente com o acordeão, a percussão ligeira e as flautas doces.
Essas são as balizas que definem um grupo como Tuna, desde logo (seja de que tipo for). Claro está, e conforme o avançado em "Qvid Tvnae?", as que são de natureza estudantil contemplam ainda a imprescindível pandeireta.
Mas, tal como enunciado na dita conferência, isso não significa que, por uma questão premente de um tema que pede um instrumento alheio a esse leque instrumental, este não possa aparecer excepcionalmente.
O problema é mesmo quando se perverte a coisa e se pretende transformar a própria excepção em regra.
Não vale tudo, lamento, não vale.

Todos sabemos que o alfabeto ocidental comporta 26 letras.
Com esse elenco de caracteres, se escreveram milhares de obras, se produziram milhares de canções, cartas..........
Com esse leque de letras é infinito o n.º de chaves linguísticas que produzimos na oralidade ou na escrita, sem necessitarmos de utilizar caracteres chineses, cuneiformes ou árabes.
E para além daquilo que na nossa língua produzimos, é igualmente possível falar e escrever em inúmeras outras.
E só com esse leque de 26 letras se ganharam inúmeros prémios literários, se escreveram inolvidáveis discursos, tratados, obras científicas.............

Ora a Tuna tem também ela um alfabeto que continua a abrir possibilidades infindáveis, conquanto haja criatividade, arte e engenho, sem precisarmos de recorrer a outras grafias.
Misturar por regra é criar neologismos e pretender deles fazer um novo idioMa, mas acabando por travestir o vocábulo em algo idioTa.

E, tal como acima referi, se pontualmente inserimos caracteres alheios ao nosso alfabeto, são precisamente para um uso muito específico e pontual (como a @ para os endereços electrónicos, por exemplo).
Ora é a regra que cria a identidade, que define, e não a excepção.
Já uma excepção usada com bom-senso é prova de carácter, porque sabe respeitar a regra.


É que, quando não..............corremos o risco de sair asneira (m&%#k@§).

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