terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Um original não tão original ( Scalabituna - Lágrimas do Tejo)

Fui recentemente alertado para um tema que, apresentado como original de uma tuna, afinal, não é assim tão original.
Trata-se do designado tema "Lágrimas do Tejo", apresentado e interpretado pela Scalabituna como sendo original seu e que, na verdade, não é.

Aqui está ele:

               
Ora, na verdade a melodia em causa, ou parte substancial da mesma, é correspondente (copiada, portanto) ao 2.º andamento da obra "Os Pássaros do Brasil"  de Kees Vlak (obra tripartida que engloba "Pássaros Coloridos", "Pomba Triste" e "os Pássaros de Carnaval").

Pegar num tema e meter-lhe uma outra letra não transforma a coisa num original. Conviria informarem-se da lei, pois, para todos os efeitos, estão a infringi-la. Direitos de autor são coisa séria.

Afirmar, como o fazem no seu site, que, e passo a citar, "É assim que surgem, por exemplo, temas como o original “Lágrimas do Tejo[1] é algo não apenas falso, como lamentável.





Pior ainda, quando essa tuna foi já avisada disso e prefere inventar argumentos sem nexo, pretendendo que meter uma letra num tema alheio (e acrescentar-lhe outras partes) o transforma em propriedade nossa, passando a ser um original. É falta de senso, de seriedade...........
Não, a melodia não é semelhante, é igual. Trata-se, por isso, de uma versão, de um cover adaptado, mas adaptações não constituem original.
Pretender que se obteve o tema numa digressão ao Brasil (recordamos que é tema composto por um holandês, Kees Vlak, um compositor dos países baixos, falecido recentemente - 1938-2014), não isenta um facto essencial: há importação, cópia portanto.





O tema original está aqui, bastando situarem-se no minuto 4:07 (2.º andamento) do seguinte vídeo (que até podem pôr a tocar ao mesmo tempo que o anterior vídeo):



Plágio significa copiar ou assinar,  uma obra alheia, na sua totalidade ou partes da mesma, sem autorização expressa por parte do autor, alegando que é da sua própria autoria. Plágio é crime, convém lembrar.
Deste modo, mesmo que apenas uma parte do tema seja copiado e o resto criado, não deixamos de estar perante plágio, pelo que incompatível com a ideia de ser um "original", que não é.
É como escrever um qualquer texto e, pelo meio, ter lá algumas frases copiadas sem referência. 
Tudo quanto é copiado sem referência é plágio e um trabalho deixa de poder ser considerado como original.



Uma tuna deve saber respeitar, para se dar ao respeito.
Fica o reparo.

EPÍLOGO

Após a Tuna em questão ter conhecimento deste artigo, postado no FB "Tunas&Tunos", foi possível obter resposta dos elementos da Scalabituna quanto a esta questão.
Desde já saudar os mesmos pela abertura demonstrada.
Ficou assente o seguinte:

1.º A resposta dada em nome da Scalabituna à interpelação do José Duarte não reflectia, efectivamente, a posição oficial da Tuna.
2.º A Scalabituna, reconhecendo o lapso, já rectificou o que constava do seu site.



3.º Reconhece a Scalabituna que, de facto, parte do tema é importado, pelo que não como original seu.

Ficam desfeitos os equívocos e com muito gosto se regista que é uma Tuna que, perante o reparo, sabe mostrar-se digna e com "fair-play".


Da minha parte, tenho a dizer com muito gosto que se há tunas que não respeitam para serem respeitadas, a Scalabituna mostrou, neste caso, uma atitude respeitável e honesta.

Peço, da minha parte, desculpa por quaisquer transtornos ou eventual ideia de ter isto constituído um ataque gratuito, que não foi.




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